sábado, 27 de março de 2010

Prostituir! (o dinheiro também...)

Enquanto isso, na Tradição, a Grande Sacerdotisa chega ao dedicado recém aceito e o convida para uma conversa de Dedicador para Dedicado.

O postulante atende prontamente, com o orgulho ingênuo de ser convocado pela Mestra, entre todos os outros e vai.

Sentam-se à mesa de um café. Frente a frente. Sacerdotisa linda, esguia. Cabelos negros deslizando do alto da cabeça coroada, até a metade das costas, em volutas calmas e inebriantes. Olhos flamantes.

O dedicado, velho homem rico de posses, na meia idade. Imponente como um leão e de peito forte de touro, segregando ânsias de poder de conhecimento e prática da magia. Primeiro encontro após o ato solene de aceito na Tradição.

A noite era pouco cálida - Nut/Nix aveludada -, sem brilho das estrelas. Lilith velada, olhando pelas frestas...

- Mael, entoou solenemente a Sacerdotisa, você sabe por que o dinheiro não foge de você? Estendendo um olhar pretenso sábio na direção do discípulo.

O discípulo sempre fora um homem protegido pelas bênçãos de Vênus, na sua beleza máscula de olhos profundamente verdes com longos cílios loiros – Apolo nórdico - e pelas arrogâncias de Plutão que lhe facultava grandes e fortuitos quinhões de sorte no ouro e nos dinheiros e ainda com bons e produtivos olhares que Júpiter lhe dispensava.

- Não, não sei! responde ingênuo

- Porque você não corre atrás dele. Ele não tem medos de você!

Aquela sabedoria infinita, essa simplicidade da sabedoria, calou fundo no espírito do dedicado e mil amplitudes se abriram na sua mente.

Verdade, pensou ele, na rapidez eufórica dos que são capazes de concluir.

Olhou para aquela Sacerdotisa e encontrou nela a sapiência conclusiva e perene dos mestres. Acatou. Mastigou e deglutiu com prazer.

Antes que a ingenuidade eufórica dos que concluem e quedam satisfeitos com a primeira conclusão se estendesse mais do que deveria, admoestou a sábia, com a expressão úmida daqueles que sabem como influenciar:

- Ele não foge porque você não corre atrás dele, mas é preciso que você não o prostitua. Dê a ele o valor que ele tem! Nem mais, nem menos.

Divino! Pensou novamente o discípulo. Ele que sempre fora bafejado pelas sortes emitidas pelos deuses, jamais fora capaz de resguardar-se da gastança solta, perdulária e inconseqüente.

Era, a partir desse momento, um ser capaz de amadurecer, pois que já portava a essência desse novo conhecimento, mister que o executasse, imediatamente.

Anos depois, ambos, Sacerdotisa e então já iniciado, mais velhos e mais íntimos e mais companheiros e mais servis um ao outro, a mesma Sacerdotisa pede ao mesmo discípulo que lhe empreste um de seus cartões de crédito para que pudesse adquirir um bem, necessário naquele momento.

O Iniciado, perenemente magnânimo e protetor, cede, imediatamente, sentindo-se homem capaz de prover. De colaborar. De providenciar. De fazer. Não hesitou segundo.

Pronto. A compra fora feita e a Sacerdotisa já era munida de um bem incondicionalmente necessário.

O ressarcimento da dívida integral, foi acordado entre o provedor e a provida, seria dividido em parcelas para que a última não contraísse mais dificuldade financeiras do que já suportava.

A Sacerdotisa continua munida do seu bem e o iniciado jamais recebeu qualquer pagamento que lhe fora prometido.

Indagada, a Sacerdotisa olhou com os mesmos olhos escuros, cabelos de outra cor, lisos, escorrendo da sua calva descoroada e, virando-se contra ele, excomungou:

- Devo, não pago. Nego enquanto puder... e se retirou para as suas longas noitadas de álcool, sexo, vulgaridade, impudência e logros.

Premente se faz que voltemos aos prostitutos, às prostitutas e aos prostituídos: deixemos para os espectadores do filme concluir quem é a prostituição? Se o iniciado, se a Sacerdotisa ou se o dinheiro?

sexta-feira, 26 de março de 2010

Jesus Cristo e a Bichona

Quando eu era menino bobo lá em Barbacena, naquela tradição onde a gente brincava de bruxaria, Jesus Cristo era chamado de Gisa, a Rainha do Deserto.

Um dos sacerdotes adorava contar e representar esta estória porque, na estória, Jesus Cristo era uma bichona e a representação da cena, claro, permitia a esse mesmo sacerdote ser a bichona que ele sempre foi – e esconde – dando toda a pinta que pudesse e mais um pouco. Toda gente ria muito, mesmo que toda gente já conhecesse a representação pela milionésima vez. Fazer o quê, não é?

Mas o mais legal da coisa é que a mãe do menino achava lindo! Derretia-se toda nos peitões de silicone na decrepitude do corpo de velha já muito passada da hora de desocupar espaço.

- Não é uma gracinha o meu menino? Ai, tchutchuquinho da mamãe! E dava dois puxões nas bochechas do menino.

- Porque você é, assim, tão orgulho da mamãe, mamãe vai te dar um carro novo e um cartão de crédito com um limitão bem grandão, tá, bebê?

E o menino ficava todo envaidecido, punha o queixo no ombro direito, juntava as duas mãos unidas pelos dedos indicadores, dobrava levemente a perna direita sobre a outra, girando o corpinho ora para direita, ora para esquerda, enquanto rodava o pezinho semi-erguido, tocando o chão só com a pontinha dos dedos.

Mas isso foi em tempo que já não consigo mais apagar do meu passado. Dar de ombros, não?

Eu nunca contei e muito menos representei esta estória. Minha mãe nunca me achou uma gracinha e nunca ganhei cartão de crédito. Isso muito me orgulha, Falo sério!

Mas paremos de falar desse passado – e eu me perdôo, um pouco – considerando que a hebetude ancestral dos ascendentes desse sacerdote e a parvoíce hereditária – agravada pela região geográfica de seu nascimento – são fatores que autorizam tais manifestações dessa idiotia cristalizada. Dele, claro. Não minha. A minha idiotia foi outra: eu tive que forçar risos e achar graça sempre, mesmo amarela, dessas bobagens.

E a bicha se descontrolava toda. Ficava só no cabelão! Girava. Levantava os bracinhos, sapateava nas botas de ponta de metal, estralava os dedinhos, baixava a espanhola e jogava a cabeça para trás e rodava como uma perua...

(Ai! que vergonha do meu passado!)

Embora somente lá, naquela Tradição, a coisa fosse tratada com essa demência, é corrente entre os pagãos ordinários uma espécie de raiva, de birra de Jesus Cristo. Você quer insultar um pagão? chame-o de cristão. Assim como os católicos fazem com os evangélicos; os kardecistas com os umbanditas e todos ou outros. Incluindo todos os vice e versas cabíveis.

Eu tive formação cristã evangélica também. Não neo-evangélica, mas presbiteriana. E, passada essa minha fantasia de bruxinho voador, com caldeirão onde se faz fogo dentro, eu chego a uma clara, límpida, cristalina acepção de Cristo. Foi um cara do caralho! (perdoem-me os cristãos ortodoxos, mas preferi usar uma expressão corrente, para mostrar a força e a contemporaneidade dele!)

Tomara mesmo que, passados três dias da sua crucificação pelos cristãos (ora, sim, claro, os cristãos mataram Cristo!) ele possa ressuscitar dos mortos, nesta páscoa e venha com toda a sua potência para que a sua sabedoria possa ser compreendida em extensão e altura, dizendo vaza de perto mim, ô galera do mal!

Aguardem as próximas postagens. Vamos tratar de umas pérolas dele... putz! Demais!

E umas que até os cristãos praticam exatamente o contrário!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cuidado com as crianças!

Tem bruxinho desavisado brincando de fazer bruxarize contra mim!

- Arre, menino peralta! Já não te ensinei que bruxarize é coisa pra gente grande? Já pra o castigo... Já! Já, já! E não me olhe com essa cara de menino com medo da mãe! Humpf!

...

Tá bom! Eu falo quem é... eita! gente curiosa essa que freqüenta o meu blog! Nossa! Pelas Barbas da Deusa!

Mas só vou dar umas dicas: quem descobrir quem é ganha uma unha pintada de esmalte preto.

Mede 1 metro e calça sapato número 10.

Voz aguda e hesitante.

Buço ralo. (Parece coisa de menino que tomou chocolate e não lavou a boca).

Jura que é “puliça” (ele queria dizer polícia, mas não sai, sabem?) .

É distraíííído!! Esqueceu, atrás do meu carro, em ré descontrolada, uma criança do sexo masculino, com mais ou menos dois anos de idade.

- Prestenção, moleque! Não se pode fazer um feitiço e deixar uma criança tão desprotegida assim, atrás de um carro em movimento descontrolado.

Quando você crescer, eu te ensino a fazer bruxaria de verdade. O seu “enviado” já foi devidamente “re-enviado”. Mas tome sempre cuidado com as crianças!

sábado, 20 de março de 2010

Assombrações 2. O Retorno.


Eu não disse, Senhores, que assombrações melhores viriam?


Fiquem à vontade para mandar currículos, se assim o desejarem.

O Vampiro e a Dragão. Uma linda estória de terrorch e amorch!


Era uma vez (não é assim que se começam todas as belas estórias de amorch?) um moço muito bonito, jovem, cabelos negros, olhos grandes arabeados, longos cílios, lábios finamente desenhados com uns vermelhos de um carmim fosco muito bonito, barba cerrada. Quase um príncipe mouro!

Toda essa beleza estava confinada numa estatura bem inferior à mediana. O moço bonito não era alto como todo príncipe o é! Era baixinho mesmo. Até Xuxa poderia confundi-lo com um de seus baixinhos, não fosse a barba muito cerrada.

No reino onde o moço bonito vivia, todo mundo que o olhava pela primeira vez (e pela segunda e pela terceira e pela infinita vez), já virava o rosto pra o lado e comentava com o vizinho: ih, é gay!

Mas é maldade do povo daquele reino. Só porque o moço fazia escova nos cabelos, fazia as sobrancelhas, fazia pedicura, manincure e cudicure... ops! isso eu não sei se o moço fazia, não!

Dizia o moço, ou a lenda, não sei, que ele nasceu vampiro. Sei lá, ele tinha (ou pelo menos dizia ter) umas coisas de licantropia; que virava vampiro nas noites de lua cheia e que saía, uivando gemidos pela aí, à procura dos amigos e amigas que lhe fornecessem sangue.

Naquele reino toda gente tinha muito medo de vampiros e, por ser um reino moderno e tecnológico, ninguém usava mais réstias de alho para afastá-los. Chamavam mesmo, isto sim, os skinheads e mandavam matar. De vez em quando encontravam-se vampiros mortos com as presas arreganhadas e com os corpos todos manchados de roxo de tanto que as bichinhas... ops! de tanto que os vampiros apanhavam.

Chegou o dia que o moço bonito vampiro teve que negar, veementemente, pelas chagas da Virgem Maria (uai, eu nunca soube que a Virgem Maria tivesse chagas!) que ele nunca nascera, nunca fora e jamais seria vampiro. Que isso era um outro babado e, num gesto tufânico, levantava o braço direito (o esquerdo se punha dobrado na cintura), girava o dedo no ar e saía rodando feito uma louca, quebrando toda a louça que havia por perto! (Quero dizer, não tenho certeza de que era bem assim, mas que tinha uma coisa parecida, tinha!)

Mas antes disso, o vampiro era bom vampiro e não usava os dentes para sangrar as suas vítimas. (Vou contar em segredo para que o moço bonito não saiba que eu contei... porque ele mesmo, em dentes e capa preta me contou) Ele retirava sangue das veias dos amigos e amigas com uma seringa e injetava nas próprias veias. (Naquele reino progressista e tecnológico os sangues não eram diferentes, por isso nem se sabia o que era um choque anafilático!)

Nunca se soube por que ele agia assim. Se por cortesia, gentileza, elegância ou nojo mesmo, de sangue. Ui! Deve ser nojento, creio, pensava o moço tão bonito! E tinha três frêmitos seguidos... o primeiro, quando sacodia o corpinho. O segundo, quando revirava os olhinhos e o terceiro... ah, deixa pra lá. Isso não tem importância nessa bela estória de terrorch e de amorch.

O moço bonito não gostava de humanos. (também, coitado, teve uma infância de fazer dó, de tão infeliz foi!)

Foi criado por uma avó. (dizem que menino criado por avó é pior do que filhinho-de-mamãe. Mas é mentira, porque o moço da nossa estória não dá chiliques; estuda e trabalha com uma aplicação digna de um aluno das mais tradicionais escolas inglesas e suecas e sempre exerce a humildade de dizer que nada sabe, para acatar, com polidez, qualquer informação que venha de qualquer pessoa ou lado ou janela ou porta. É um eterno e aplicado aprendiz como convém a qualquer moça de família que estuda na Suíça...(ué, não entendi. Não era moço?)

Numa noite que não era de Lua Cheia - portanto o moço não corria o risco de sair pela aí, andando de quatro e uivando gemidos -, eis que bebendo vinho temperado e hidromel, nas dependências de um castelo medieval – bem, não era assim tão castelo, nem tão medieval, mas o proprietário, vestido numas roupas que hesitavam entre ser de um duende, misturadas com Peter Pan, chapéu tirolês e botas de mulher dominadora, insistia em afirmar que era, sim! Bem, o fato é que era um castelo de mentirinha. A gente finge que acredita que o castelo era medieval como convém em qualquer estória de moços vampiros e moças dragões. Sei lá se o proprietário não vai arrancar uma das botas e sair dando marteladas com o salto fino e altíssimo nas nossas cabeças, não é?

Mas também, que língua mais maledicente esta minha!... que importância tem isso de ser um castelo de mentirinha com uma bicha proprietária equivocada nas roupas?!

Então, naquela noite de lua indecisa entre estar e não estar, o destino pôs, à frente do moço, a moça! A moça era um dragão!

Não, Senhores! Não! Não era dragão por ser feia! Que horror! Eu sou o maledicente e vocês é que concluem coisas antes de saber as coisas? A moça só era dragão, oras!

A moça era linda como convém a toda moça que espera um príncipe. Era casta e virgem como convém a todo príncipe que procura uma princesa (embora a moça, de princesa só tinha a cara e os dentes... era pobre! mas poooobre de fazer dó! E, como dizia o Juca Chaves, ser bela e pobre é uma merda!) Bonita! Mas bonita! Bonita como um botão de rosa no meio de uma vastíssima cabeleira negra.

Havia uma coisa estranha naquela moça bonita e dragão. Ela sempre falava e ria ao mesmo tempo, o que nunca permitia entender e compreender o que ela estava dizendo. Era uma voz fina, gasguita, infantil de jardim de infância que saía desembrulhada em umas gargalhadas feitas no interior da laringe, na aspiração do ar e não ao contrário como toda e qualquer gente daquele reino... parecia bobo falando e rindo uns hô, hô, hô.

Não, isso não é maledicência... isto é só dicência!

O moço olhou para a moça e a moça olhou para o moço! Tóimmmm... o vampiro e a dragão se encontraram. Forjou-se na alma licantrópica dele e na dela draconiana alma um destino selado! O amorch e o terrorch!

O moço, fazendo ares de Clark Gable; na mão direita o copo de hidromel, sobrancelha esquerda levantada (ele não sabia que quem levantava a sobrancelha esquerda era a Vivien Leigh e não o Clark Gable!). Mas digamos que isso tudo, essa pequena escorregadela de dentro do armário, tenha sido apenas moção levada pela emoção do momento. Queda oportunidade de perdão, não queda?

Nesse momento de explosões de fosfenas e coraçõezinhos no ar, bichice de um lado e bichice do outro, o mundo disse, em uníssono um oh! magnífico, grave, circunspecto como um mantra do som primordial!

...

(Aqui eu paro a linda e melíflua estória de terrorch e armorch.

Espero com fé na Sagrada Senhora dos Finais Felizes que eu tenha mais colaboradores para desenvolver essa estória de romance, capa e espadas, castelos medievais falsos, cabelos esticados na escovinha e fartas e indomáveis cabeleiras negras...

Apenas quero registrar aqui uma angústia minha: será que os filhinhos deles serão morcegos – asas de dragão e dentes de vampiros?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Assombrações. (no meu tempo eram bem melhores)


É comum a expressão “quanto mais eu rezo, mais assombrações me aparecem”. Ao contrário, eu digo sempre, quanto menos assombrações me aparecem, mais eu excomungo os deuses!

Eu me divirto sobremaneira com essas pequenas assombrações e tenho fé em mim mesmo que ainda me depararei com assombrações mais assustadoras. Buhhhhh!


e assim caminha a Humanidade... com bruxinhas, bruxonas, sacerdotes e bibinhas deslumbradas...

http://www.youtube.com/watch?v=WgayOUCxx8I


túnica preta evocando as capas medievais, tambor xamânico e óculos! Não é mesmo um belíssimo jogo de RPG onde se pode tudo?

Onde se afirma que a religião dos bruxos é a Wicca. Eu sou bruxo e não pratico essa religião... serei eu o único?

http://www.youtube.com/watch?v=169dKu_Kt7Q&feature=related


sem legendas!

http://www.tradicaoeleusiana.com.br/galeria.php


onde se pode ver a holandesinha, ainda sem as longas tranças loiras, completamente fora do ritmo... igualzinho à iniciadora dela!

http://www.youtube.com/watch?v=eP9A02g41Fs&feature=related


no meu tempo a gente punha o caldeirão em cima do fogo... mudaram as coisas, eu penso. E faca servia para cortar...

http://www.youtube.com/watch?v=sSfpvDoyEOo&feature=related


Apesar de ter sido um belo exemplo de automarketing, o moço ainda fazia coisas com proximidade relevante aos princípios. Hoje a moçada alexandrina brinca com outras coisas. Que coisas? Ixi, como vou saber se nem eles sabem, ao certo?

http://www.youtube.com/watch?v=5Adzr2ok5nU


os peladões daqui têm muito pouca coisa a ver com os peladões de hoje (começando pela beleza deles, jamais encontrada em qualquer covem atual.... kakakaka. Eu adoro a minha maledicência)! Mas as bruxas feias, os bruxos feios e todos os feios garantem o contrário. Fazer o quê? Olho e remela são coisas diferentes para quem pode ter um e a mesma coisa para quem só pode ter só o segundo

http://www.youtube.com/watch?v=4WXsKImpCmw


isto tem beleza, profundidade, procedência... afinal o moço quase se ordenou padre!

(Por incrível que pareça, há um sacerdote (?!) em Brasília, que padece de pouca altura, lábios em corte godê, buço ralo e voz de quem não passou, ainda, sa puberdade que jamais soube da existência desse vídeo e muito menos, que Sanders teria praticado missas negras. Quando eu quase o obriguei a ver o vídeo, o imbáculo fez o pueril comentário: uai, missa negra não tem a cruz invertida?

http://www.youtube.com/watch?v=RiJOZc6-Omg&feature=related

Pensem, senhores!

(todos os vídeos foram retirados do YouTube.com)

sexta-feira, 12 de março de 2010

O CIRCO DOS SENHORES DOS ANÉIS

Então! Meu nome é Genilson Pulcineli. Numerologicamente, Genillson de Pulcinely.

Sou escritor, diretor de teatro, cenógrafo e figurinista.

Já escrevi coisas belíssimas e já escrevi porcarias (embora eu goste de todas) Já dirigi peças deslumbrantes e já dirigi penicos cheios. Embora eu goste de tudo também.

Agora estou querendo enveredar para o cinema, coisa que nunca fiz. Por enquanto, apenas roteiros. Ando trabalhando a minha arianice, tentando que ela seja um pouco mais sistemática. (ledo engano... risos. Nunca chegarei lá! Mas ninguém vai poder dizer que eu não tentei!)

E como bom e convicto ariano, com ascendente em Áries e lua em Leão, eu abro caminhos e incendeio a floresta. Para atender a leoninice, necessito a mais absoluta e cristalina diferenciação. Nada meu pode ser comum.

Bom, para inaugurar a minha fase cinemística, resolvi escrever um roteiro sobre bruxas, bruxos, fadas, deusas, deuses, sacerdotes, sacerdotisas, clãs, covens, groves, círculos, athames... ah! RPG também, porque uma coisa não vive sem a outra. E aqui não vai nenhuma ironia ou comentário a mais. É porque o roteiro trata do momento presente. Fadas e internet. Cibernética e athames. Por isto a mistura de RPG e caldeirões.

Calma! Calma. Não é essa a diferenciação notável que apresento. Sei que bruxas e caldeirões (ixi... ia me esquecendo das vassouras! Não posso. Vou já fazer aqui uma anotação para que não me olvide, dentro de toda essa excitação em que me encontro).

O que? Olvidar? Não entendeu? Olvidar significa esquecer.

Isto me lembra uma bruxa, de hoje, contemporânea mesmo – ela não sabe jogar RPG. Diz que não gosta. Eu acho mesmo é que ela não sabe e fala assim, para disfarçar – que uma vez me escreveu, preocupadíssima, porque havia um erro ortográfico em um texto meu, no meu outro blog. Eu havia escrito necedade e ela, humanitariamente, quis me ajudar para que eu corrigisse para necessidade. Fui compassivo, juro! Mas eu queria mesmo dizer que a perfeita e acabada necedade dela não permitiu que ela entendesse que não era, de fato, necessidade. Coitada. Hoje ela anda por aí, assim, de copo em copo, jurando umas mágoas, umas dores...

Mas então... (puta que pariu, esse meu mercúrio na casa 12 em quadratura com marte me faz ser sempre, redundantemente, prolíxico)... voltemos à característica diferencial do meu roteiro. Não me ocorre ter visto algo parecido em todo lugar.

É assim, prestem atenção!

Eu vou propor determinadas personagens (sim, personagem é um substantivo feminino. Mesmo os homens são as personagens.). Isto significa que há homens e mulheres no roteiro e todos são as personagens desse mesmo roteiro. Entenderam?

Eu desenho as personagens, dou a elas uma cara e um tipo físico e umas parcas e ralas pinceladas sobre o tipo psicológico de cada uma.

Defino e determino o tempo e lugar da ação. Indico elementos geográficos, climáticos, físicos e alguns elementos do guarda roupa pessoal de cada uma. (ai, minha deusa do xale de pois! A minha Vênus em touro já começa a se contorcer em iracundo furor só de imaginar que eu vou ter que me inspirar nas roupas e acessórios das bruxas que jogam RPG) . Embora não seja um documentário, eu necessito ser próximo do fiel. É uma escolha pessoal.

Eu crio e relato alguns fatos que são determinados para a identificação e construção de cada personagem. E nesse caso, Senhores, qualquer semelhança com a vida real, fatos ou personagens verídicos é mera e fortuita coincidência.

Pois bem. O que tem de novidade nisso?

A novidade nisso é que cada um dos meus leitores – isso se a faculdade volitiva de cada um assim se propuser – vai acrescentar fatos, ações, relatos, falas, filhos, amigos, grupos em cada uma.

Será uma criação multiautoral!

Não é genial?

Teremos, ao final, personagens complexas, completas, cheias de nuances, que só uma multitude de cabeças pode criar e acabar por definir. Construir. Forjar! Nenhum Xavier de Montepín ou nenhum Gilberto Braga conseguiria, jamais, ser tão amplo em qualquer personagem.

Puta que pariu! Já imagino a perfeita, contundente, profunda, ctônica e plutojupiteriana complexidade de cada uma! Personagens reais... essas que fazem cocô, tiram macacos do nariz (tirar macacos do nariz, em Portugal, é o mesmo que tirar meleca no Brasil, ou tirar ranho, no Nordeste). Personagens palpáveis e encontráveis em qualquer jogo de RPG – ai meu deus dos petshops! Desculpem, parece prevenção minha. Não é! RPG aqui foi usado, genericamente, como “qualquer esquina”. Entendem?

O que acham da minha idéia?

O que eu quero é que cada um que se inspire, faça um comentário sobre cada personagem, suas ações, suas detrações, suas retrações, suas difrações, suas refrações.

Qualquer comentário pode ou não ser inspirado em seres ou fatos reais – nesse caso de seres reais, Senhores, tratem de ser cuidadosos para disfarçar bem. Bruxas contemporâneas são, em geral, feias, gordas, mal amadas e magoadas – claro, quem não seria nessas condições, não é mesmo? – e mulher magoada?! Minha deusa dos sutiãs queimados! Nem Hitler pode com elas! (aliás, Senhores, Dilma Roussef é magoada... o que será do nosso País?) Que Satã nos ajude nesse inferno!

Então, posso contar com vocês todos?

Qualquer comentário será de enorme e relevante ajuda. Acreditem.

Vamos avante?

O CIRCO DOS SENHORES DOS ANÉIS (título provisório)